safras

SOJA: El Niño pode favorecer doenças na região Sul do Brasil, diz Embrapa

25 de setembro de 2015
Compartilhe

Porto Alegre, 25 de setembro de 2015 – Com o fim do vazio sanitário,
período na entressafra com a ausência de plantas de soja, desde o último dia
16, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo começaram a semeadura
da soja. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia a safra 2015/16
será influenciada pelo fenômeno El Niño, que pode provocar chuvas irregulares
no Sudeste e no Centro-Oeste, atraso nas chuvas na região Nordeste e chuvas
acima da média para a região Sul, especialmente no Rio Grande do Sul e em
Santa Catarina. “A safra 2015/16 vem se configurando como favorável para
epidemias de ferrugem asiática da soja, principalmente na região Sul”, avalia
a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja.

Na avaliação da pesquisadora, a ferrugem causada pelo fungo P.
pachyrhizi, deve aparecer nas lavouras antes de dezembro, mês que geralmente
caracteriza o aparecimento da doença, quando não ocorre El Niño. De acordo
com Cláudia Godoy, o inverno pouco rigoroso de 2015, também sob influência do
El Niño, favoreceu a sobrevivência de plantas de soja voluntárias (guaxas ou
tigueras) no Rio Grande de Sul e em Santa Catarina, que não adotam o vazio
sanitário.

“Esses dois estados não adotam o vazio sanitário porque as geadas no
inverno matam a soja tiguera, o que não ocorreu esse ano”, diz. Com isso, o
Consórcio Antiferrugem (www.consorcioantiferrugem.net) registrou focos de
ferrugem na entressafra. Além disso, Mato Grosso, Paraná, São Paulo e
Tocantins já relataram ao Consórcio Antiferrugem soja voluntária com inóculo
do fungo causador da ferrugem para a safra.

Relatada pela primeira vez no Brasil em 2001, a ferrugem-asiática é a
doença mais severa da cultura da soja, podendo reduzir a produtividade se não
for adequadamente manejada. “Os danos decorrem da desfolha precoce, que
compromete a formação, o desenvolvimento de vagens o peso final do grão”,
explica Godoy. “A doença é favorecida por chuvas bem distribuídas ao longo
da safra”, diz.

Após a entrada da ferrugem no Brasil, as aplicações de fungicida
passaram a fazer parte do custo de produção da cultura. Na safra 2014/15,
foram realizadas, em média, três aplicações de fungicidas para o controle da
ferrugem nas lavouras, informa a pesquisadora da Embrapa, o que resultou em um
custo superior a US$ 2 bilhões de dólares. “Se não bastassem os altos custos
com controle decorrentes da entrada dessa doença no Brasil, o fungo vem se
adaptando aos fungicidas, ocasionando uma redução na sua eficiência ao longo
das safras, ameaçando o controle da doença”, explica.

Desde 2003/04, os fungicidas têm sido avaliados, em uma rede de ensaios
cooperativos, coordenados pela Embrapa, pela empresa Tecnologia Agropecuária
(Tagro) e pela Universidade de Rio Verde/GO (FESURV). “Além dos resultados da
eficiência comparativa que são disponibilizados todas as safras no site da
Embrapa Soja, os ensaios em rede têm permitido acompanhar a redução de
eficiência dos produtos ao longo das safras, em razão da resistência ou menor
sensibilidade do fungo aos fungicidas”, diz a pesquisadora.

Cláudia Godoy explica que nos ensaios cooperativos de 2014/15, somente
cinco produtos registrados no Brasil apresentaram eficiência de controle
superior a 50%. “Como os produtos com maior eficiência tendem a ser mais
utilizados, isso também favorece a seleção para resistência a esses
fungicidas, que poderão apresentar redução de eficiência nas próximas
safras”, analisa.

Para o manejo adequado da ferrugem, Claudia Godoy orienta que as boas
práticas devem incluir as estratégias disponíveis como: a adoção do vazio
sanitário, a utilização de cultivares de ciclo precoce e semeaduras no
início da época recomendada, a redução da janela de semeadura, o
monitoramento da lavoura desde o início do desenvolvimento da cultura, a
utilização de fungicidas no aparecimento dos sintomas ou preventivamente
(baseado na situação de inóculo na região, aplicando logo antes do
fechamento das entrelinhas da soja) e a utilização de cultivares resistentes.

As estratégias gerais antirresistência para fungos incluem rotacionar e
utilizar misturas comerciais de fungicidas com diferentes modos de ação, por
exemplo. “Também é preciso utilizar dose e intervalo de aplicação
recomendados pelo fabricante e quanto aos produtos com carboxamidas, não devem
ser utilizados em mais que duas aplicações por cultivo”, diz.

Godoy explica que uma das formas de reduzir a pressão de seleção para
resistência é limitar o número de aplicações de fungicidas na cultura. Para
a pesquisadora a definição de datas-limites de semeadura poderia contribuir
para a redução do número de aplicações. “Isso porque a soja semeada após
dezembro tem exigido até sete aplicações de fungicidas para o controle da
ferrugem”, conta.

Por isso, alguns estados estão reavaliação as instruções normativas
para propor soluções que visam reduzir a pressão de seleção para
resistência. No estado de Goiás a soja pode ser semeada até 31 de dezembro e
no estado do Mato Grosso o período do vazio sanitário foi aumentado de 90 para
138 dias, antecipando o início para primeiro de maio. “Essas duas
estratégias têm como objetivo reduzir as semeaduras que necessitam de maior
número de aplicações” diz. “No entanto, essas medidas só serão efetivas
se adotada por todas as regiões produtoras, uma vez que o fungo se dissemina
rapidamente pelo vento de uma região para outra”. Com informações da
assessoria de imprensa da Embrapa Soja.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

Copyright 2015 – Grupo CMA

Cotação semanal

Dados referentes a semana 27/06/2025

Suíno Independente kg vivo

R$ 8,43

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 1.725,00

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.400,00

Milho Saca

R$ 66,00
Ver anteriores

Preço base - Integração

Atualizado em: 26/06/2025 13:30

AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,60

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,70

Cooperativa Majestade*

R$ 6,60

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 7,00

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 7,00

Alibem - base creche e term.

R$ 5,75

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,60

BRF

R$ 7,30

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,40

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,40

Pamplona* base term.

R$ 6,60

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,70
* mais bonificação de carcaça Ver anteriores

Parceiros da Suinocultura Gaúcha

Parceria