Soja travada com crise dos fretes no Brasil

As cotações da soja tiveram, na sexta-feira (29) um dia de altas no mercado físico brasileiro, com pouca movimentação. De acordo com os índices do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), apurados junto aos diversos participantes do mercado, em média os preços subiram 1,30% nos portos e 0,73% no interior do País.

Segundo o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, no RS a soja ainda está ruim de negociação, mas aos poucos alguns compradores estão adquirindo apenas CIF, devido à nova tabela de frete: “Ninguém está pagando tabela, mas fazendo acordo”.

Quanto à negociação antecipada da safra 2018/19, a referência de compra era de R$ 81 a R$ 82 por saca para entrega em abril e maio e pagamento no fim de maio no Porto de Rio Grande, estável ante o dia anterior, mas muitas tradings não apresentam propostas. Vendedores desejavam, contudo, R$ 80/saca no FOB em Passo Fundo.

No PR foram negociadas cerca de 15 mil toneladas por R$ 80 a R$ 80,50 por saca para entrega no terminal ferroviário em Maringá, em julho e pagamento no fim de julho. No Oeste preços ao redor de R$ 80,00, pagamento em 30/08. “Com relação ao frete, os vendedores estão pagando do próprio bolso, ou utilizando caminhões próprios, porque os compradores só querem comprar CIF, ou com o custo sendo sendo descontado do preço final no interior”, diz Pacheco.

“No MS há bons volumes negociados, cerca de 80 mil toneladas, com preços finais em Dourados ao redor de R$ 73,00/saca. Vendedor buscando embarques entre julho e agosto para liberar os armazéns. Preço nos portos melhorou mais para o final de semana e as indústrias também recomeçaram a apresentar cotações. Sobre os fretes, as empresas têm de pagar a tabela”, acrescenta.

O MT está praticamente sem indicação de preço, com produtores querendo R$ 70,00 para vender em Sorriso e comprador querendo pagar no máximo 70,00 em Rondonópolis. “Sobre o problema do frete, não estão resolvendo. O movimento nas rodovias é somente de caminhões que estão levando produto da lavoura para os armazéns; praticamente não tem caminhão carregando para escoamento no porto ou transbordo de ferrovia”, conclui.