Porto Alegre, 26 de abril de 2023 – O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou
nesta quarta-feira (26) as Portarias Nº 73, 76, 77 e 80 que atualizam o Zoneamento Agrícola de
Risco Climático (Zarc) para a cultura da soja nos estados da Bahia, Mato Grosso do Sul, Acre e no
Distrito Federal. As portarias dos demais estados deverão ser publicadas nos próximos dias.
O Zarc é uma ferramenta de análise do risco que auxilia a tomada de decisão no campo,
considerando a probabilidade de ocorrência de adversidades climáticas baseada numa série
histórica de dados climáticos, além de características da cultura e do solo.
No caso da soja, foram definidas as áreas e os períodos de semeadura, simulando probabilidades
de perdas de rendimento inferiores a 20%, 30% e 40%, devido à ocorrência de eventos
meteorológicos adversos, principalmente seca durante a fase reprodutiva da planta. “Porém, é
importante ressaltar que o Zarc não estabelece os períodos e os locais de semeadura com maior
probabilidade de obtenção dos maiores rendimentos”, explica o pesquisador José Renato Bouças
Farias, da Embrapa Soja.
Novos parâmetros e fatores de risco foram considerados, associando questões hídricas e
térmicas, inclusive, a probabilidade de ocorrência de geadas. Foram introduzidas ainda nova
abordagem dos riscos associados à água disponível no solo, o que permitirá, em breve, vincular
também conceitos de manejo do solo e dos sistemas produtivos. Segundo o pesquisador, as Portarias
do Zarc-Soja para a safra 2023/24 são as primeiras a contemplar essa nova metodologia.
Os estudos para o desenvolvimento da nova versão do Zarc para a soja foram iniciados em 2021 e
validados em reuniões regionais e estaduais, em 2022, realizadas junto aos principais atores da
cadeia produtiva da soja.
Novo sistema de classificação da água disponível do solo
A principal atualização nessa versão do Zarc Soja é o novo sistema de classificação de
solos que deixa de utilizar o tradicional sistema de solos “Tipo 1”, “Tipo 2” e “Tipo 3” e passa a
adotar uma nova metodologia que define seis classes de água disponível (AD1, AD2, AD3, AD4, AD5,
AD6). Nesse sistema, a classe de AD do solo é determinada com base na sua composição textural
completa, ou seja, com os teores de areia, silte e argila. No sistema antigo, os tipos do solo eram
estabelecidos, basicamente, pelo teor de argila.
A água disponível (AD) do solo deve ser estimada para cada área de produção, a partir da
sua composição textural determinada por análise de solo padrão. A estimativa é feita através
do uso de uma equação (função de pedotransferência), devidamente ajustada para os distintos
solos brasileiros, resultado de pesquisas recentes da Embrapa sobre o assunto (Boletim de Pesquisa
272 – Embrapa Solos(1), Comunicado Técnico 135 – Embrapa Agricultura Digital(2)). O Zarc Soja –
06ADs apresenta maior precisão nas estimativas de risco de déficit hídrico e uma melhor
representação da realidade nos diferentes solos brasileiros em comparação aos três tipos
utilizados anteriormente.
Todos as novas atualizações de Zarc geradas a partir de 2022 já utilizam o sistema 06ADs.
Porém, a maioria dos Zoneamentos já publicados, continuarão com os resultados em “3 solos”, até
serem gradualmente substituídos pelas novas versões atualizadas para o sistema 06ADs. A soja é a
primeira cultura que passa a vigorar com esse novo formato.
Disponibilidade hídrica e produtividade da soja
De acordo com Farias, a soja é uma cultura com ampla adaptabilidade ao clima e aos solos
brasileiros, nos dois lados da linha do equador. Dos elementos climáticos que mais influenciam o
desenvolvimento e a produtividade da soja, a disponibilidade hídrica é a que mais afeta o
rendimento de grãos. Com relação às necessidades de água para o cultivo da soja, Farias afirma
que o ideal seria em torno de 450 a 800 mm de água disponível ao longo de toda a estação de
crescimento da cultura, variável em função do ciclo da cultivar, do desenvolvimento das plantas e
das condições climáticas da região.
Para a soja apresentar um bom desempenho, o pesquisador afirma que a cultura necessita de
volumes adequados de água e boa distribuição durante as fases mais críticas. “Tão ou mais
importante até que o volume total de água é a distribuição das chuvas ao longo do ciclo. As
fases mais sensíveis ao déficit hídrico ocorrem durante o período de
semeadura-germinação-emergência e, principalmente, da floração ao enchimento de grãos, quando
a seca afeta consideravelmente o rendimento das lavouras”, destaca Farias.
A chuva é a principal fonte de água para a maior parte da produção brasileira de soja, tanto
que a área irrigada com soja ainda é insignificante. “É importante destacar que as práticas
agrícolas que favorecem a melhor estruturação do solo e o aprofundamento do sistema radicular
contribuem para incrementar a disponibilidade de água no solo, principalmente, em momentos de
precipitação insuficiente”, ressalta o pesquisador.
Acesso ao Zarc
Os resultados estão disponíveis na plataforma Painel de Indicação de Riscos, nas portarias
de Zarc por estado e no aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, disponível nas lojas de aplicativos
iOS e Android.
Desde 2022 o aplicativo Zarc Plantio Certo permite testar o novo sistema de classificação em 06ADs
em alguns Estados. A partir de abril de 2023, a opção para teste foi disponibilizada para todos os
estados.
Para testar, após abrir o aplicativo, basta selecionar o município de interesse e, na
seleção de culturas, escolher a opção para testes “TESTE para 6 Ads” no final da lista. Depois
disso, é possível acionar o botão “Solo”, informar os teores de areia, silte e argila. Ao
informar os teores, o aplicativo informa qual a classe de AD correspondente.
Após a publicação do Zarc Soja 6ADs, os mesmos testes poderão ser feitos diretamente ao
selecionar “Soja” na lista de culturas, para os estados com Zarc Soja. As informações partem da
assessoria de imprensa do Mapa.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2023 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 20/06/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,43Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.750,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.300,00Milho Saca
R$ 66,25Preço base - Integração
Atualizado em: 17/06/2025 09:45