Porto Alegre, 14 de setembro de 2022 – Mesmo com vários registros de intensos estresses
hídricos no principal estado produtor (Goiás), o cultivo de sorgo no Brasil se mantém em
expressiva ascendência. A projeção da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), feita em seu
último boletim de grãos em 8 de setembro/2022, aponta que a produção do cereal na safra
2021/2022 será 35,6% maior do que a safra anterior, superando a casa de 2,8 milhões de toneladas.
Este avanço exigiu um incremento de área plantada de apenas 19,4% de uma safra para outra.
Confirmando estes números, a produção de sorgo no Brasil terá crescido 75% em 12 anos no País,
saindo de 1,6 milhão/t na safra 2009/2010 para as 2,8 milhões/t no ciclo 2021/2022.
Produzir mais em menor área mostra avanço em produtividade, ou seja, revela claramente que o
produtor está ajustando tecnologia e escolhendo com mais critério as cultivares para obter
resultados cada vez melhores, avalia Willian Sawa, diretor executivo da Latina Seeds, referência em
sorgo no Brasil.
Em Mato Grosso, a Conab observou incremento expressivo de área e uma produtividade média de
2.708 kg/ha. Segundo a companhia, o uso mais crescente do sorgo é na função de substituto de
outro cereal: o milho. Isso acontece sobretudo nas propriedades que evitam corre risco de entrar com
esta cultura fora da janela recomendada, uma vez que o sorgo possui a vantagem de ser mais tolerante
à escassez hídrica se comparado com as demais culturas comerciais plantadas em terras
mato-grossenses.
Em Mato Grosso do Sul, a Conab registrou mais de 80% das áreas colhidas com produtividades
acima das expectativas, surpreendendo os técnicos que possuem ainda pouca experiência com o
cereal. A companhia informa que a cotação do sorgo vem acompanhando 80% do preço ofertado pela
saca de milho e que a comercialização (mais da metade já vendida) vem ocorrendo prioritariamente
entre produtor e consumidor final (confinadores de bovinos e fábricas regionais de ração)
Na opinião de Sawa, o crescimento das lavouras de sorgo pelo Brasil reflete também os avanços
em modelos de orientação ao produtor, sobretudo em relação às janelas de risco de cultivo. Ele
lembra, por exemplo, que em 2020 o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)
instituiu o zoneamento agrícola do sorgo granífero. Em 2021 foi a vez da criação do zoneamento
para o sorgo forrageiro, hoje em uso crescente em modelos de integração lavoura-pecuária e em
sistemas de produção que adotam o resgate (ou sequestro) de animais no pasto durante os meses
secos (oferecendo o volumoso no cocho). O produtor que segue o zoneamento ganha em segurança e
proteção. Muitos agentes financeiros só liberam crédito para lavouras em áreas zoneadas e em
uso de cultivares indicadas.
O sorgo é uma cultura muito antiga, originária da África e parte da Ásia. No entanto,
somente no final do século passado começou a ocupar espaços agropecuários significativos pelo
mundo. Em 1984 já foi o quinto cereal mais produzido no planeta, perdendo apenas para trigo, arroz,
milho e cevada. Sua versatilidade vem chamando a atenção da agroindústria brasileira, uma vez que
pode ser usado para o consumo humano, de animais e por diversas formas nas indústrias. No País a
diversificação da matriz produtiva vem estimulando os cultivos de sorgo sacarino, granífero,
forrageiro, vassoura e biomassa. As informações partem da assessoria de imprensa da Latina Seeds.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 20/06/2025
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R$ 1.750,00Casquinha de soja à vista tonelada
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R$ 66,25Preço base - Integração
Atualizado em: 17/06/2025 09:45