Suinocultura

Suinocultura inicia 2019 mais otimista nas exportações

18 de janeiro de 2019
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O mercado brasileiro de carne suína inicia o novo ano com uma perspectiva de maior otimismo nas exportações, com a recente queda do embargo imposto pela Rússia, de acordo com o analista de Safras & Mercado, Allan Maia. “Há também boas projeções de vendas ao mercado chinês, por conta do estreitamento das negociações com este mercado”, afirma.

No cenário doméstico, o indicativo é de que possa haver uma demanda interna um pouco mais forte também. “A curva de preços do suíno vivo no mercado brasileiro estará fortemente correlacionada com o desempenho da exportação, ainda mais se considerarmos que há uma dificuldade no corte de produção no país. Mesmo em período de severas crises e preços deprimidos, como na história recente do setor, o produtor tem dificuldade em reduzir o tamanho dos seus plantéis”, detalha.

Maia comenta que há uma expectativa em torno de como a Rússia retornará as compras do Brasil no decorrer de 2019, se na mesma intensidade registrada antes do embargo. “A expectativa é grande, considerando que, em 2017, cerca de 40% das exportações de carne suína do Brasil tiveram como destino o país europeu. Vale destacar que o reflexo das importações russas deve começar a aparecer entre fevereiro e março, após o fim do inverno, que provoca o congelamento dos oceanos e diminuição do fluxo de entrada de navios no país”, detalha.

Quanto à China, maior consumidor mundial de carne suína, Maia sinaliza que há pontos a serem analisados. O primeiro diz respeito às distorções que a epidemia de Peste Suína Africana (PSA) gerou no seu mercado. “Desde o surgimento da doença em agosto do ano passado, foram confirmados cerca de 90 casos no país. Para tentar conter a propagação da doença, o governo chinês proibiu o transporte de animais vivos das regiões afetadas para as províncias livres da doença. Há um desequilíbrio de oferta e de preços praticados nas diversas províncias, o que deve levar o país a atuar com maior avidez na importação no curto e médio prazo, devendo favorecer tanto o Brasil como os EUA”, projeta.

O segundo diz respeito às negociações comerciais da China com os Estados Unidos, que podem mudar a dinâmica do mercado suíno global no decorrer de 2019. “No dia primeiro de dezembro, foi acordada uma trégua de 90 dias para novas tarifações e os presidentes dos dois países se comprometeram a continuar as tratativas para tentarem chegar a um acordo efetivo. Neste momento, as conversas parecem estar andando bem, com a China cedendo em alguns pontos importantes de interesse norte-americano, dando indícios que um acordo definitivo possa ser fechado. Isso acalmaria o mercado mundial, abrindo espaço para os EUA exportarem maiores volumes para os chineses”, analisa.

O analista disse que em caso de um não avanço nas negociações comerciais entre norte-americanos e chineses, as tarifas devem avançar, e com isso, a volatilidade cambial deverá ser intensa, com o dólar ganhando força frente a moedas de países emergente, entre elas o Real. “Tal condição tornaria a carne suína brasileira mais atrativa frente à norte-americana”, comenta.

Maia sinaliza que, ainda na questão do câmbio, deve-se avaliar que o mercado está mais otimista com a nova previsão do Federal Reserve (FED) em promover duas altas de juros nos Estados Unidos em 2019, ao invés das três previstas anteriormente. “Esse indicativo dá um certo fôlego aos mercados financeiros dos países emergentes, com perspectiva que ocorra uma menor fuga de capital para os EUA. No cenário interno, o mercado aguarda a entrada da nova equipe econômica em janeiro. Caso as medidas de ajuste fiscal sejam adotadas com êxito, a tendência natural é de que o real se valorize frente ao dólar”, afirma.

No que tange a números de exportação, produção e de disponibilidade interna, projeções de SAFRAS & Mercado indicam dados mais otimistas se comparados aos de 2018. “As exportações de carne suína (in natura + industrializadas) devem crescer 10,1% frente às 626,75 mil toneladas projetadas para 2018, atingindo volumes de 690,5 mil toneladas”, informa.

Em relação a produção, Maia ressalta que a expectativa é de que o volume alcance 4,298 milhões de toneladas em 2019, um crescimento de 3,68% em relação às 4,145 milhões de toneladas de carne suína esperadas para esse ano. “A demanda interna deve crescer, porém, de maneira moderada, acompanhando o desempenho da economia brasileira, que passará por grandes desafios, por conta da transição do governo e dos resultados que a nova equipe conseguirá. O entrave continuará sendo o lado político, considerando que muitas pautas tocam em pontos delicados e fundamentais para o andamento do país, como a questão da reforma da Previdência”, comenta.

Para Maia, com a tendência de um avanço nas exportações e o aumento esperado na produção, a disponibilidade de carne suína no mercado brasileiro deve atingir 3,607 milhões de toneladas em 2019, contra as 3,518 milhões de toneladas previstas para 2018, apontando um crescimento de 2,53%.

Cotação semanal

Dados referentes a semana 22/11/2024

Suíno Independente kg vivo

R$ 9,53

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 71,50

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.200,00

Milho Saca

R$ 1.975,00
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Atualizado em: 22/11/2024 17:50

AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,35

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,45

Cooperativa Majestade*

R$ 6,35

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 6,35

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 6,45

Alibem - base creche e term.

R$ 5,55

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,30

BRF

R$ 7,05

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,10

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,10

Pamplona* base term.

R$ 6,35

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,45
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