Porto Alegre, 15 de maio de 2015 – De acordo com estudo realizado pelo
Serviço Internacional para Aquisição e Aplicações em Agrobiotecnologia, a
soja transgênica no país cobre atualmente 93% da produção. No caso do milho,
o índice é de 82%, seguido pelo algodão, com 65%. Na próxima safra, será a
vez do trigo ganhar destaque. É o que garante o diretor da SNA, Helio
Sirimarco.
“O Cerrado, que é uma região imprópria para o trigo, poderá se tornar
produtiva com os transgênicos. Isso vai fazer com que o Brasil seja
autossuficiente em trigo na safra 2015/16. Vamos exportar com qualidade e
importar variedades mais específicas como o grano duro por exemplo”.
POTENCIAL
Pensando nessa possibilidade, a Embrapa lançou as bases para o
desenvolvimento do trigo transgênico no Cerrado. Segundo a instituição, a
área propícia ao cultivo é estimada em 2 milhões de hectares, com capacidade
para produção de 6 milhões de toneladas.
Do total da área potencial na região que envolve Minas Gerais, Goiás,
Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia, apenas 5% é
cultivado com o cereal, o que representa menos de 100 mil hectares.
No momento, a Embrapa desenvolve na região projetos de pesquisa para
resolver problemas como tolerância ao déficit hídrico, ajustes no manejo como
adubação, ciclo e ações de transferência de tecnologia que permitam
incluir o trigo no sistema de produção.
VANTAGENS
O diretor da SNA, Helio Sirimarco ressalta que, somente com os
transgênicos, é possível adequar as cultivares a determinadas áreas de
plantio. Para ele, a despeito de opiniões contrárias, “os transgênicos
garantem o aumento da produção agrícola e as sementes modificadas são mais
resistentes a pragas e doenças, que acabam por diminuir o nível de aplicação
de agrotóxicos nas lavouras”.
Já em matéria de saúde, o diretor da SNA não acredita que os
transgênicos possam oferecer algum tipo de risco para os seres humanos.
MAIOR CONTROLE
Sua opinião encontra respaldo nas declarações do doutor em Bioquímica e
Biologia Molecular pela Universidade de Valência (Espanha), José Miguel
Mulet. Em recente entrevista, o especialista afirmou que os transgênicos são
muito mais controlados que os produtos convencionais.
“Existem casos de cultivos não transgênicos que têm causado problemas
de toxicidade e tiveram de retirá-los (do mercado). Se fala mal de todos eles
(transgênicos) em geral, mas cada caso é particular. Os organismos modificados
passam por controles para que não possam hibridizar com espécies selvagens”,
explicou Mulet.
Segundo ele, o medo dos transgênicos tem os dias contados. “Agora chegam
os benefícios ao consumidor. Quando este se der conta da quantidade de cores,
cheiros e sabores que podem oferecer, ele vai comprar sem medo. Ademais,
permitem produzir trigo para celíacos, tomates com antioxidantes que previnem
câncer e carne com menos colesterol”.
RANKING MUNDIAL
Relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em
Agrobiotecnologia registrou que, em 2014, foram cultivados 42.2 milhões de
hectares de culturas transgênicas no Brasil. Esse número representa um aumento
de 4,7% em relação ao ano anterior.
Segundo o documento, o Brasil está em segundo lugar no ranking mundial dos
países com maior utilização de biotecnologia, perdendo apenas para os
Estados Unidos, com 73.1 milhões de hectares. Com informações da assessoria
de imprensa da Sociedade Nacional de Agricultura.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 17/06/2025 09:45