Porto Alegre, 24 de março de 2015 – A alta nos custos de produção em
função da valorização do dólar frente ao real podem influenciar em uma
queda na área do trigo no Rio Grande do Sul. Com a moeda americana cotada
atualmente acima dos R$ 3,20, os produtores que estão planejando a lavoura de
inverno devem sofrer com este impacto.
Conforme o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio
Grande do Sul (FecoAgro/RS), Paulo Pires, além do dólar, os custos com outros
ítens como mão-de-obra e energia também devem pesar no bolso do produtor. O
dirigente ressalta que no Paraná, por exemplo, há uma estimativa de aumento de
18% no desembolso para a safra, que é aquilo que o agricultor gasta
imediatamente para a implantação da lavoura. E o Rio Grande do Sul não deve
ter um percentual diferente deste. “Temos um custo de produção que subiu
muito em função do dólar. A maioria dos insumos para as lavouras são
vinculados à moeda americana, especialmente os fertilizantes”, observa.
Além disso, a frustração da safra de 2014, que teve uma quebra de 42% em
relação ao ano de 2013 por causa do clima, também deixou os triticultores
com um pé atrás em relação ao plantio. A área de 1,15 milhão de hectares
do período anterior deve ser reduzida. Pires ainda não projeta números, mas
algumas regiões podem ter uma diminuição de mais de um quarto de área. “A
região das Missões, que foi uma que teve um crescimento acima da média nos
últimos anos, se fala em até 30%, mas não acredito que no Estado como um todo
caia desta maneira, pois não temos grandes opções de plantio no inverno,
diferente do Paraná, onde o pessoal pode plantar uma segunda safra de milho”,
salienta.
Uma das propostas que a FecoAgro/RS busca junto ao governo federal é que o
preço mínimo do trigo seja reajustado em 19% ainda antes do início da safra.
A correção elevaria o valor para R$ 665,00 a tonelada. O dirigente da
federação informa que o governo em um primeiro momento negou mas no segundo
momento aceitou a correção das planilhas, mas ainda não deu uma resposta
definitiva sobre o assunto. “O valor que vem sendo pago ao produtor no Rio
Grande do Sul é muito baixo e desestimula o agricultor para a próxima safra
que faz as contas e não vê possibilidade de ganhos”, ressalta.
Pires reforça que, diante deste cenário, o lado positivo é que se a alta
do dólar traz prejuízo na compra dos insumos poderá ser benéfico na venda
para o mercado externo. Junto com uma correção dos valores do preço mínimo
para a cultura, pode ser um alento aos produtores gaúchos. “A alta do dólar
trás uma expectativa de preços mais altos, tanto no mercado interno como
externo, também encarecendo a importação de trigo do mercado internacional
por moinhos brasileiros, mas isto só ocorrerá se tivermos trigo de
qualidade”, esclarece. As informações partem da assessoria de imprensa da
FecoAgro/RS.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 20/06/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,43Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.750,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.300,00Milho Saca
R$ 66,25Preço base - Integração
Atualizado em: 17/06/2025 09:45