As exportações de carne suína in natura cresceram 26,2% de janeiro a agosto deste ano, apontam os dados do Ministério da Economia, disponibilizados na manhã desta quarta-feira (4). Ao todo, foram enviados ao mercado externo US$ 882,93 milhões. Em volume, isso representa 407 mil toneladas, o que supera em 16,5% o acumulado no mesmo período de 2018. Apesar de as exportações estarem concentradas mais na China, outros países surgem no radar e estão comprando mais a proteína brasileira.
A China tem sido o principal destino da carne suína brasileira desde o início do ano. Até o momento, o gigante asiático importou 34% de toda essa proteína animal produzida no Brasil. É um avanço de 48,4% sobre igual período de 2018. Já Hong Kong é o segundo principal destino, representando 15% do total, mas com queda de 12,4% em relação ao acumulado de janeiro a agosto do ano passado. Juntos, portanto, importaram quase 50% da carne suína brasileira. A soma é de US$ 438,67 milhões.
Apesar da maior parte das exportações brasileiras ocorrer para apenas um destino, os dados do Ministério da Economia também apontam para o crescimento das remessas para um maior número de países. Dentre eles, destinos tão interessantes quanto a China para a suinocultura brasileira, de acordo com o pesquisador da área econômica da Embrapa Suínos e Aves, Dirceu Palamini.
“Devido ao crescimento da economia, a grande dinâmica do mercado importador da carne suína deve ocorrer em países da Ásia (China, Filipinas, Singapura, Coreia do Sul e Vietnam), nos quais devem se concentrar os esforços de exportação do Brasil”, afirma.
OUTROS PAÍSES DA ÁSIA TÊM COMPRADO MAIS
De janeiro a agosto, as exportações para o Vietnã saltaram 255%, apontam os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Apesar disso, a participação desse destino nas remessas de carne suína brasileira ainda é de 2,2%. Ao todo, foram enviados para esse país somente US$ 19,05 milhões.
Outro citado por Palamini também passou a comprar mais carne suína neste ano. É o caso da Coreia do Sul, que abriu seu mercado para a proteína brasileira em maio de 2018. O país ampliou as compras da proteína em 310% até agora. Apesar disso, representa apenas 0,66% de tudo o que o Brasil exportou em carne suína nesse acumulado de ano.
É PRECISO MAIS ATENÇÃO A MERCADOS PROMISSORES
De acordo com o pesquisador da Embrapa, o Brasil tem sido um importante player em mercados que estão com as importações em declínio, como a Rússia, Argentina, Venezuela e Cuba – mercado menos atrativo, conforme Palamini –, “mas chama a atenção pela sua inexpressiva participação em países com mercados promissores”.
“A hipótese de que a baixa inserção da suinocultura brasileira no mercado mundial é decorrente da impossibilidade de exportar para União Europeia não se mostra verdadeira, pois esse bloco econômico não é importador e sim exportador de carne suína”, lembra Palamini.
ATÉ OS ESTADOS UNIDOS ESTÃO COMPRANDO
Outros países que ampliaram as compras de carne suína brasileira foram o Japão, Chile, Estados Unidos e Uruguai. Apenas o país da Ásia importou 197% a mais de janeiro a agosto desse ano, em comparação com o mesmo período de 2018. Com isso, a participação nos destinos do Japão chegou a 1,1%.
O Chile ampliou as compras em 52%, apontam os dados da Secex, chegando a 7,4% de participação nas exportações. Os Estados Unidos, por sua vez, aumentaram em 71% as importações da proteína suína.
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 22/11/2024 17:50